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PLA, um bioplástico que não é tão sustentável assim

  • CAMvas
  • 18 de mar.
  • 2 min de leitura

O bioplástico PLA (Poliácido Láctico) é frequentemente promovido como uma solução sustentável para substituir plásticos convencionais. No entanto, um olhar mais atento revela que suas promessas ambientais são, no mínimo, questionáveis. Apesar de ser fabricado a partir de fontes renováveis, como o milho e a cana-de-açúcar, o PLA apresenta diversas limitações que comprometem sua real sustentabilidade.


Baixa resistência e durabilidade


O PLA possui uma resistência mecânica inferior a muitos plásticos tradicionais, tornando-o mais frágil e suscetível a quebras e deformidades. Além disso, seu ponto de amolecimento está em torno de 60°C, o que significa que ele não pode ser usado em aplicações que exijam resistência ao calor, como embalagens de alimentos quentes ou componentes mecânicos expostos a temperaturas elevadas.


Biodegradabilidade: a verdade


Embora seja rotulado como "biodegradável", o PLA não se decompõe naturalmente no meio ambiente como muitos imaginam. Para que sua degradação ocorra de maneira eficiente, ele precisa ser descartado em instalações industriais de compostagem que oferecem condições específicas de temperatura, umidade e micro-organismos adequados. No entanto, a maioria das cidades não possui essa infraestrutura, fazendo com que o PLA acabe em aterros sanitários ou lixões, onde sua decomposição pode levar décadas.


Emissão de metano em aterros


Quando descartado em aterros sanitários sem oxigênio suficiente, o PLA pode gerar metano, um dos gases mais nocivos para o efeito estufa. Esse fenômeno ocorre porque, sob condições anaeróbias (baixo oxigênio), a decomposição de materiais orgânicos libera esse potente poluente, que tem um impacto ambiental até 25 vezes maior que o dióxido de carbono.


Impacto ambiental da produção


Apesar de ser derivado de fontes renováveis, a produção de PLA tem um custo ambiental significativo. O cultivo de milho e cana-de-açúcar para sua fabricação exige vastas áreas de terra, grande consumo de água e o uso intensivo de pesticidas e fertilizantes. Esses fatores contribuem para o desmatamento, a degradação do solo e a contaminação de recursos hídricos.


Reciclagem limitada


Ao contrário de plásticos convencionais como o PET, que possuem cadeias de reciclagem estabelecidas, o PLA não é amplamente reciclável. Poucas instalações aceitam esse material, e quando misturado com outros plásticos na reciclagem tradicional, pode comprometer a qualidade do lote reciclado, tornando o processo ineficiente.


Resumo:

Embora o PLA seja amplamente promovido como uma alternativa "sustentável", a realidade é que ele apresenta diversas limitações que o tornam menos ecológico do que se pensa. Sua baixa durabilidade, altos custos de produção, dificuldades na reciclagem e potencial impacto ambiental questionam sua real eficácia como solução sustentável. Para que o PLA cumpra sua promessa ambiental, é necessário avançar em infraestrutura de reciclagem e compostagem, além de buscar materiais que realmente ofereçam benefícios sustentáveis de forma acessível e eficiente.

 
 
 

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